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David Tyler responde:

É uma correlação impressiva. Está isto bem fundamentado? Em anos recentes, tem se tornado aparente que o alegado ponto quente (hot spot) embaixo do Havaí NÃO é estacionário. Os dados sugerem que ele está se movendo. Isto lança uma "chave de parafusos" nos trabalhos - as medidas do satélite oferecem uma razão de movimento maior do que seria esperado. Minha fonte para isto é: Geology Today, 14(3), May/June 1998, 101-103.

Má interpretação no Pacífico ?

A cadeia de ilhas vulcânicas do Havaí-Imperador e montes submarinos no Oceano Pacifico (Fig.7) são famosos, porque em sua conexão que muitas das idéias de plumas do manto e pontos quentes (hot spots) foram desevolvidas. A sabedoria convencional, concluiu depois de muito debate anterior, que as ilhas e montes submarinos são o produto de uma pluma do manto, fixa em uma posição (lateral) em relação ao manto, que resultou em uma série de pontos quentes (hot spots) vulcânicos na superfície à medida que a placa litosférica do Pacífico se movia sobre eles. A cadeia também é famosa por sua curvatura, interpretada como uma mudança repentina de movimento da Placa do Pacífico a cerca de 43 milhões de anos atrás.

Esta estória é agora tão amplamente aceita que tem quase o status de 'fato'. Mas e se não for verdadeira? E se for meramente um pensamento cheio de desejo? A alternativa é perfeitamente óbvia, naturalmente, se não muito trabalhada. Poderia a curvatura na cadeia ser devida a um movimento repentino na pluma do manto em vez de uma mudança no movimento da Placa do Pacífico? Movimentos possíveis de plumas de manto foram muito consideradas no passado e nem sempre descartadas, mas os movimentos visualizados foram geralmente pequenos, dificilmente invalidando o conceito geral de um "sistema de referência de pontos quentes (hot spots) fixos". Não precisa ser dito que qualquer desvio comprovado daquela idéia seria devastador, requerendo uma mudança geral em várias frentes.

Entretando é isto que Norton propôs a poucos anos atrás (Tectonics, v.14, p.1080, 1995) e é o que Tarduno e Cottrell consideram com mais detalhes agora (Earth & Planetary Science Letters, v.153, p.171, 1997). Especificamente, Norton sugeriu que o ponto quente (hot spot) moveu-se para o sul a 43 milhões de anos atrás, criando a cadeia de montes submarinos do Imperador, e então se fixou no manto, tendo a parte Havaiana da cadeia sido gerada pelo método delineado no primeiro parágrafo acima. Como Tarduno e Cottrell agora destacam, isto é testável por palaeomagnetismo, porque se o ponto quente (hot spot) ficou sempre fixo, as palaeolatitudes originais dos agora extintos montes submarinos da cadeia do Imperador deveriam ser as mesmas das latitudes atuais do Havaí, sob a qual a suposta pluma do manto agora está. Além disto. graças a amostras coletadas do monte submarino Detroit (ver Fig. 7) durante o Ocean Drilling Program (Programa de Perfuração Oceânica), o teste palaeomagnético pode ser agora feito.

Os resultados são perturbadores. Há uma inconsistência de idade. Os modelos de ponto quente (hot spot) e movimento de placa sugerem uma idade de 75-65 milões de anos para o monte submarino Detroit, mas novos dados por 40Ar/39Ar indicam uma idade de cerca de 80 milhões de anos. Ainda mais problemática, a palaeolatitude dada pelas rochas Detroit é cerca de 36°N, enquanto a latitude atual do Havaí é apenas 19°N. Considerados estes dados, isto significa que a pluma do manto possivelmente não pode ter permanecido estacionária a 43 milhões de anos - i.e. a cadeia do Emperor não pode ser inteiramente explicada, se é que pode, pelo movimento da placa sobre uma pluma estacionária. Entretando, o dado paleomagnético não tem a resolução para permitir decisões sobre se a cadeia do Imperador é interiramente devida ao movimento da pluma ou parcialmente devido ao movimento da pluma e parcialmente devido ao movimento da placa.

De qualquer forma, os dados palaeomagnéticos, se confirmados (e a confirmação é necessária devido ao número limitado de amostras da cadeia do Imperador e devido à possibilidade de que movimento do polo da Terrra pode alterar os dados de forma desconhecida), podem demolir hipóteses acariciadas e requerer 'mudanças grandes em como vemos a dinâmica do manto e a história da tectônica de placa'.

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Traduzido por Luiz Poubel Jr. em 03-01-99.

Revisado por Urias Echterhoff Takatohi em 25-03-2003

Ó 2010 Arthur V. Chadwick, Ph.D.