Página Principal | Nova Categoria | Suas perguntas


Os métodos de datação radiocarbônicos (ou do Carbono-14) são usados para datar materiais de origem biológica. O carbono radioativo é formado pela interação do nitrogênio na atmosfera com os raios cósmicos que atingem a Terra vindo do espaço. Os raios cósmicos interagem com o núcleo do nitrogênio, convertendo um próton em um neutron. Isto resulta numa forma instável de carbono com dois neutrons extra, o Carbon-14.

A meia-vida (o tempo necessário para que a metade de uma amostra de átomos radioativos se desintegrem) do C-14 é cerca de 5700 anos. Como a quantidade de carbono em uma amostra moderna é muito pequena, (a razão de C14 para o C12 é 1.3x10-12) apenas cerca de 5 ou 6 meias-vidas podem ser detectadas por métodos normais, assim a datação é limitada a cerca de 40.000 anos radiocarbônicos. Recentemente, com o uso de técnicas de espectrometria de massa, a datação foi extendida em teoria a 100.000 anos radiocarbônicos, mas esta metodologia parece ter gerado mais problemas do que soluções em geral.

A exatidão do método depende de nossa habilidade de determinar com precisão considerável, as concentrações de dióxido de carbono na atmosfera, e o valor de equilíbrio do carbono radioativo ao tempo que o organismo a ser datado estava vivo. Estes dois valores estão sujeitos a mudanças. A suposição de que as concentrações do dióxido de carbono foram constantes é razoavelmente segura para um passado imediato, embora pareça estar mudando significativamente nos dias atuais devido à queima de combustíveis fósseis. Também é concebível que a atmosfera da Terra tivesse concentrações de dióxido de carbono significativamente maiores no passado.

Por outro lado, o valor de equilíbrio do radiocarbono depende não apenas da concentração de dióxido de carbono, mas também da taxa de fromação do C14 na atmosfera superior. O conhecimento deste valor no passado não é certo, e é dependente da taxa de bombardeio por raios cósmicos, que varia com a atividade de manchas solares e outros fatores. A entrada de raios cósmicos na atmosfera depende da força do campo magnético da Terra, que é variável e foi variável no passado.

Balanceando estes pressupostos estão os dados da dendrocronologia, o estudo dos anéis de árvores. Fazendo a suposição de que as árvores formam em média um anel por ano, podemos usar a madeira de árvores antigas, tais como o Bristlecone Pine, para conferir a exatidão dos pressupostos envolvidos na datação por C14. Tais comparações demonstraram que para um passado recente, os pressupostos da datação por C14 parecem ser justificáveis. Entretanto, quanto mais longe vamos no tempo, mais o relógio de C14 se desvia do relógio dendrocronológico, sugerindo que além do intervalo dos pontos de conferência dendrocronológicos, podemos estar lidando com incógnitos significativos. Há também razões para desafiar a cronologia padrão do Bristlecone, que se torna de certa forma dependente do C14 por volta de 2700 anos a.C., a idade da árvore viva mais antiga.

Outras dependências são a suposição de uma taxa constante de decaimento (provavelmente o pressuposto mais confiável) e a suposição de um sistema fechado após a morte (nenhuma contaminação por carbono moderno ou extinto).

É possível explicar todas idades por estudos com C14 dentro dos limites de uma biosfera recente e um dilúvio global, se admitimos certas diferenças das condições atuais no passado. É concebível que na Terra pré-diluviana, a concentração do CO2 na atmosfera foi consideravelmente maior que no presente (é possível que as concentrações tenha sido da ordem de uns poucos porcento...100 vezes as concentrações atuais) e/ou o nível de radiação cósmica foi menor ou que a blindagem pelo campo magnético terrestre foi maior que a atual. Nesses casos, o nível de C14 na atmosfera da Terra teria sido consideravelmente mais baixa, resultando em idades efetivamente infinitas (>40.000 anos radiocarbônicos) para organismos vivendo num mundo pré-diluviano. Se subsequentemente o nível aumentou, os organismos vivendo logo após o dilúvio apresentariam idades sucessivamente menores, até que a curva do equilíbrio atmosférico se tornasse assintótica, talvez nos últimos poucos milhares de de anos.

______________________________________________________

Traduzido por Urias Echerhoff Takatohi em 18-03-2003

 

Ó 2010 Arthur V. Chadwick, Ph.D.